Post de Opinião: O Que é Mais Seguro - Trabalho Assalariado ou por Conta Própria?


Há diferentes pontos de vista sobre esta questão. Normalmente, pensar-se-ia que o trabalho por conta de outrem seria mais seguro. O Empreendedorismo e o lançar-se por conta própria tem uma grande dose de risco associada que para a maioria das pessoas pode causar uma grande sensação de insegurança relativamente ao futuro e que os impede de considerarem esta hipótese no seu percurso profissional. 

Pessoalmente eu penso ao contrário. O trabalho por conta de outrem dá-me uma sensação imensa de insegurança. Talvez noutros tempos conferisse realmente conforto e confiança às pessoas, uma vez que permaneciam, normalmente, a vida toda nos mesmos empregos. É o exemplo dos meus pais, e de muitos de quem lê certamente. Para quem gosta de ter uma vida certinha e saber como irá ser o dia de amanhã (que eu admito que gosto pelo menos de ter uma ideia e conseguir fazer alguns planos) estes tempos eram uma maravilha. Mas hoje em dia já não é nada assim. 

Não há definitivamente empregos para a vida e no tempo presente que vivemos nem empregos sequer há. Perdeu-se essa segurança máxima do ordenado certo ao final do mês e da mesma rota a seguir diariamente até ao mesmo lugar de sempre. Por outro lado ganharam-se outras coisas. Uma maior mobilidade, experiências mais diversificadas, possibilidade de evoluir mais na carreira, encarar o trabalho como desafio, etc. Se corresse tudo bem e o nosso país fosse de facto dado a uma maior mobilidade laboral seria uma óptima forma de trabalhar. A verdade é que a mobilidade é quase nula – as pessoas têm medo de perder o emprego e mesmo que não gostem de onde estão agarram-se ao posto com unhas e dentes, e muitas vezes chegam a passar por cima de outros para garantir a sua permanência. O mundo do trabalho é uma selva, diz-se muitas vezes. E eu acredito que é mesmo. As estratégias e esquemas animalescos que se executam uns contra aos outros demonstram bem isso. Portanto, um recém-licenciado ou uma pessoa que queira mudar de área tem muita dificuldade em encontrar o trabalho que quer, porque simplesmente não há lugares. Ninguém sai, ninguém entra. 

Depois é a dita da crise, em que não se consegue prever quanto tempo as empresas onde estamos vão durar. E se por “corte nas despesas” não seremos despedidos no dia seguinte. Estes “ses” todos inerentes ao trabalho assalariado deixam-me louca, ansiosa, insegura! São condições que estão fora do meu controle e viver cada dia sem saber o que pode acontecer, se o chefe aparece mal-disposto e dá-lhe para despedir pessoas (a questão dos direitos dos trabalhadores também já não é o que era), se o colega aparece com um esquema mirabolante que te deixa em maus lençóis só porque lhe fazes sombra...enfim. É muita coisa para o meu estômago e pobre coração. Não sou feita para esta vida stressante. O meu destino é ir viver para o campo, para ao pé da Natureza e dos passarinhos, que esses aí não lixam ninguém. 

Portanto, para mim, a opção de trabalhar por conta própria revela-se mil vezes mais segura e confortante. Simplesmente porque o controlo do meu futuro e do meu sucesso ou não está apenas nas minhas mãos. É claro que há a questão do mercado, se há clientes ou não, se eles vêm ter comigo ou não, a economia, a concorrência – tudo como há no trabalho assalariado – a diferença é que contornar ou fazer face a uma dificuldade está apenas dependente de mim e da minha capacidade de dar a volta. E se não o souber fazer dependerá da minha capacidade de pedir ajuda e conselho a quem o saiba. E se for um fracasso total também saberei que não foi por injustiça, devido a esquemas ou compadrios – não, fui mesmo eu que meti a pata na poça. E aprendo alguma coisa daí, que é a não fazer o mesmo da próxima vez. 

É claro que aumenta a responsabilidade, principalmente se tivermos pessoas dependentes de nós (o que para já não estou a prever que aconteça pois a minha incursão é a solo), o volume de trabalho (diz-se muito que se deixa de ter vida pessoal – eu acho que podemos ter as duas, é muito também uma questão de gestão de tempo e vida, e no meu caso se fazemos o que queremos e gostamos a divisão entre trabalho e vida pessoal não é tão vincada), aumentam as chatices, a pressão de arranjar negócio para garantir dinheiro que entre, e claro que se deixa de ter o ordenado certo ao final do mês e os subsídios (coisa que nem sei o que é pois o meu prévio estatuto de Estagiária em Permanência não o permitia).

Mas em suma, entre mais trabalho, mais responsabilidades e estar dependente de outros com medo de reviravoltas inesperadas, prefiro bem mais a primeira hipótese. 

E para ti, o que é mais seguro: trabalhar para outros ou por conta própria? Achas que sou maluca (se achares não digas, sê simpático) ou também preferes arriscar?

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